Por Geovanna Teixeira / Copa FemiNINJA

Foto: Geovanna Teixeira

Ano de Copa do Mundo temos uma certeza: os álbuns de figurinhas são verdadeiras febres entre os colecionadores e apreciadores! Em 2019, pela primeira vez na história da televisão brasileira, a TV aberta está transmitindo os jogos da Copa do Mundo Feminina e a expectativa é que, diante ao fácil acesso aos jogos, a modalidade fique cada vez mais popular e, consequentemente, desperte o desejo de colecionar as figurinhas com as estrelas do campeonato. Em Campina Grande, na Paraíba, a Copa do Mundo 2018 movimentou bastante as bancas de jornais e revistas quando o assunto era o combo: álbum + figurinhas + trocas. Será que o mesmo está acontecendo em 2019, com o mundial feminino? Fomos às ruas em busca de respostas.

Ao total, as cinco bancas de jornal do Centro da cidade foram visitadas, onde geralmente as trocas acontecem entre os colecionadores. A primeira a receber a reportagem foi a banca de Alexandre Ferreira, que contou que recebeu os álbuns da fornecedora, mas em um número bem menor do que aconteceu na Copa do Rússia. Apenas três unidades chegaram para venda, com cerca de 200 figurinhas. De acordo com o comerciante, o número de figurinhas recebidas por semana durante o mundial de 2018 era 6x mais do que o que chegou para a Copa do Mundo Feminina, mas ainda assim o comerciante se diz animado com a procura, ainda que tímida, de mulheres interessadas nos álbuns.

“Durante a última Copa eu recebia cerca de dez álbuns com 600 figurinhas e vendia tudo muito rápido. A procura está boa para a Copa das meninas, muitas mulheres vêm procurar o álbum também, mesmo a maioria sendo homem. Eu espero que cheguem mais cinco álbuns ainda nesta semana e com a transmisss, espero ter mais procura de álbuns e figurinhas” disse.

A segunda banca visitada foi a se Venderli Cordeiro, que tem banca há quase 30 anos e aparentou estar muito surpreso com a indagação sobre o álbum da copa do mundo feminina. De acordo com o comerciante, ele nunca teve em sua banca estes álbuns para venda, mas relembrou que durante o mundial da FIFA na Rússia, as vendas foram bem aquecidas. “Tenho muito tempo de banca e nunca recebi um álbum feminino para vender, ainda não chegou e nem sei se chega. Ano passado, durante a Copa do Mundo (masculina) eu vendia tudo o que tinha, chegava e vendia, só não vendi mais porquê acabava rápido” relembrou.

A terceira banca visitada foi a mais famosa da cidade e surpreendeu por não vender o álbum. O comércio é tido como referência na região para este tipo de vendas e trocas de figurinhas. Pedro Henrique, o funcionário que nos atendeu, prontamente apontou para a banca vizinha, sinalizando que ele não vendia o artigo. Curiosamente, o vendedor revelou que não tinha expectativa nenhuma de vender o álbum e as figurinhas de Marta e cia. “Na banca ao lado você encontra, aqui não tem mesmo. Não veio e não temos expectativa que venda. Só vendemos o da Copa (masculina)” contou.

A penúltima visita foi a única comandada por uma mulher, Suane Barnosa, que estava animada com as vendas. A entrevistada foi a que mais se mostrou entusiasta com boa procura de homens e mulheres pelos artigos, revelando que recebeu entre 15 e 20 álbuns e 500 figurinhas, todas devidamente já vendidas. Diante o bom panorama de vendas, a dona da banca disse  estar com boas esperanças para as próximas entregas da fornecedora. “Até agora a procura está grande e vai ficar maior quando as meninas jogarem. Muitos homens vêm procurar figurinhas e álbuns, inclusive colecionadores, mas as mulheres também procuram, mais do que na outra Copa” revelou.

Talvez por ser mulher e estar falando sobre a venda de álbuns de uma Copa do Mundo Feminina, Suane se mostrou receptiva com a reportagem e contou que receberia mercadoria no início da noite, caso fosse necessário fazer fotos para ilustração da mesma. E assim foi feito, no início da noite novos álbuns e figurinhas chegaram, mas que provavelmente se acabariam rápido devido à procura por colecionadores.

A quinta e última banca visitada no Centro de Campina Grande foi a que Matheus Oliveira recebeu a reportagem. O jovem contou ser novo na banca e que não sabia ao certo quantos álbuns chegavam, mas que sabia que tinha vendido bem quando recebeu mercadoria.

Neste mesmo período em 2018, após a estreia do Brasil em uma Copa do Mundo, o panorama era bem diferente do atual com relação à venda de álbuns e figurinhas. As trocas de figurinhas eram verdadeiras febres em diversos pontos da cidade, em todas as bancas os artigos se esgotavam rapidamente. Ainda há um longo caminho para ser percorrido para que o futebol feminino seja tão respeitado e admirado quanto o masculino, mas sigamos à luta para que este dia, finalmente, chegue.