Foto: Mariana Gama
Por Mariana Gama
Em uma palestra no IFF (Instituto Federal Fluminense), na quarta-feira, 27, Maria Prestes, 89 anos, militante, escritora, e viúva de Luis Carlos Prestes falou um pouco de sua vida e luta na militância e o grande papel da mulher na política. Embora o numero de mulheres participando dos espaços políticos tenha aumentado nos últimos anos, ainda existe grande marginalização na esfera política. Segundo dados da União Interparlamentar, a participação das mulheres no poder legislativo que é aproximadamente 22,1% ficando atrás de países como Afeganistão, que tem uma participação em média de 27,4%, ficando bem abaixo da média mundial, que é muito preocupante.
Existe uma grande resistência a entrada das mulheres na política, que reflete na sociedade, mas mulheres como Maria Prestes quebram os padrões de uma sociedade patriarcal e machista e vão à luta por mais igualdade. Antes de lutar junto a Prestes, Maria já vinha de uma educação familiar combativa. Conheceu Prestes fazendo segurança dele, ficando 10 anos sem contato com ninguém da família, por conta da perseguição política.
“Foram 10 anos de clandestinidade absoluta sem contato com ninguém da minha família” – disse Maria
Durante o evento na IFF, Maria Prestes relatou como foi difícil ficar longe da família, ser presa e perseguida e falou também pelo o que buscavam: “A gente lutava pelo ‘petróleo é nosso’, contra a bomba atômica, contra carestia e defendíamos o direito, desde aquela época, de liberdade de expressão e democracia do país”. Também comentou sobre o momento atual “é uma vergonha para nós brasileiros estarmos comemorando essas datas da Ditadura”.
Maria comentou da época que foi para a antiga União Soviética, hoje Rússia, nos anos 70, e como foi muito bem acolhida por uma sociedade que estava se reerguendo da Segunda Guerra Mundial, onde o país perdeu 20 milhões de habitantes.
“Foram as mulheres que levantaram e deram o primeiro passo para que a Rússia reconquistasse todo o seu poderio que ela ainda é hoje”, disse Maria.