Repressão da GCM deixa vítima em estado grave

Foto: A Craco Resiste

Nessa quinta-feira, em ação ostensiva na Cracolândia, uma mulher foi baleada na nuca. Paula Silva foi levada para o pronto socorro da Santa Casa da misericórdia de SP, e se encontra em estado grave.

Um dos policiais da Guarda Civil Metropolitana – em mais uma ação violenta na Cracolândia – apontou uma escopeta calibre 12mm em direção ao fluxo, a ameaça acabou gerando uma reação dos usuários e o conflito começou.

Isso deu início à uma violência generalizada, objetos foram arremessados e tiros de munição letal disparados – as cápsulas usadas pela foram recolhidas pelos policiais antes da perícia chegar ao local.

No meio da confusão, os usuários se dispersaram dentro do perímetro cercado pela polícia, após os disparos da PM e do IOPE pelas costas. Além de Paula, que está em estado grave na Santa Casa, duas pessoas foram baleadas e cinco detidos.

Um militante estava presente no momento da ação e relatou: “Hoje quando passei no território, a GCM foi buscar os trabalhadores da tenda e eles vieram com um balde e uma vassoura a começaram a esfregar o chão para tirar o sangue da moça, tive uma sensação horrível”.

Outro militante ainda alegou ter sido atingido, enquanto conversava com uma das pessoas no território – mostrando a marca do tiro em sua camisetas. A Polícia abusou de sua autoridade, e usou extrema violência para conduzir essa ação na região. Não podemos aceitar esse tipo de coisa!

A craco resiste contra a violência da polícia e pelos direitos humanos.

Nota pública do coletivo A Craco Resiste, que há mais de dois anos acompanha e enfrenta a violência de Estado contra a população de rua da região conhecida como Cracolândia, no centro de São Paulo.