Foto: Lia Castanho/ Mídia NINJA

A seleção brasileira de futebol feminino estreou com vitória neste domingo na Copa do Mundo na França, com um placar de 3 X 0 contra a seleção da Jamaica, e a Mídia NINJA estreou o Comentariado FC, programa para falar de futebol e visibilizar as mulheres, comunicadoras e jogadoras, num ambiente dominado predominantemente pelos homens.

Como convidadas para a primeira edição recebemos Kariny Delahaye, ex-jogadora e colaboradora da Copa FemiNINJA e Daniela Giffoni, técnica do time da UFRRJ. Juntas com Dríade Aguiar, editora da Mídia NINJA, debateram performance, melhores jogadas, expectativas para os próximos jogos e etapas. Além de fazer o programa, abrimos a Casa Coletiva, no Rio de Janeiro, para assistirmos o jogo juntas e nos preparamos pra transmissão.

Desde a Copa de 2018, de Futebol Masculino, que a pergunta onde estão as mulheres no futebol? nos rodeia. E além de quem joga, onde estão as mulheres por trás do jogo: comentaristas, jornalistas, técnicas. Seguindo esse caminho de conseguir colocar luz no tema e trazer mulheres para falar sobre ele nasce a Copa FemiNINJA – que criou uma campanha para reunir comunicadoras para cobrir a Copa e avançar na ocupação e visibilidade a partir da Copa do Mundo de Futebol Feminino.

Além de comentar como foi o jogo, as convidadas trouxeram um debate importante para o esporte que é a comparação entre os times masculinos e femininos e como mesmo sendo grandes jogadoras, as mulheres continuam minimizadas, colocadas como mais pacíficas, que a feminilidade contribui para um jogo menos violento, com menos discussões. Ou como ainda é grande o uso dos jogadores das seleções masculinas inclusive na referência – colocar a Cristiane, que fez os 3 gols da partida, como Cristiane Ronaldo e não como uma jogadora boa e capaz de ser por si mesma é um reflexo disso.

Não é possível colocar na mesma esteira 90 anos de copa masculina e 8 edições de copa feminina, mas é importante que as diferenças sejam notadas e descritas, porque também é o que vai levantar os dados e informações que farão com que as próximas edições sejam melhores, que os times percebam onde é preciso investir e é o que vai trazer o debate sobre o futebol e sobre o esporte feminino cada vez mais para a pauta.

“Tem um sentimento que a gente tenta sempre resgatar que é se sentir representada, igual as pessoas sentem com a seleção masculina. E hoje com a Globo batendo 34 pontos de audiência e numa quarta-feira normal de jogo masculino geralmente bate 29 pontos, isso mostra que foi grande, que a gente tá indo com uma força muito grande.” lembrou Kariny.

Foi um dia importante nesse sentido, porque não há motivação geralmente para que mulheres também se mobilizem para ver jogos – quantas empresas você conhece que liberam seus funcionários para assistirem os jogos da Copa do Mundo Feminina?. E neste domingo, elas foram a bares, fizeram churrascos, se reuniram com outras pessoas para ver o jogo e falar sobre ele, num momento em que normalmente elas não são protagonistas, nem dentro e nem fora do campo.

Assista o programa na integra: