Foto: Mídia NINJA

Integrando a programação do IV Encontro da Rede Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado, o Salão Nobre da Câmara dos Deputados recebeu o debate Reparação ao povo negro e às vítimas da violência nesta manhã (21/05).

O encontro começou no dia 18 em Goiânia (GO) e, assim como a conversa em Brasília, foi um espaço para as mães e familiares que tiveram seus filhos assassinados brutalmente pelas polícias denunciaram a impunidade desses casos e demandaram a atenção e presença dos parlamentares por ações  efetivas da justiça.

“Essa é uma exposição do Estado brasileiro”, disse uma das articuladoras do encontro, ao apontar para as bandeiras e cartazes com os rostos e nomes dos executados.

Entre as organizações presentes estavam Mães do Cerrado, Mães de Maguinhos e Movimento Moleque, além de Marinete Silva, mãe de Marielle Franco.

“Que é ódio é esse que tiveram contra minha filha? Que esperaram, planejaram para matar ela com tantos tiros?”, perguntou Marinete, enquanto era chamada de Mãe de Todas por outras ativistas. Bruna da Silva, mãe do adolescente Marcos Vinícius, de 14 anos, morto a caminho da escola, continuou “Chega de Maria Eduarda morta dentro da escola, chega de Kauã, com 12 anos morto quando foi comprar um lanche, esses filhos tem mães. Nós somos a memória dos nossos filhos”.

A política de armas de Bolsonaro foi pontuada várias vezes, inclusive por quem o apoiava – “Eu votei nesse presidente, mas estou vendo que o Brasil está em guerra e ele está deixando. Olhe para nós, olhe para a periferia, meu filho foi morto dentro do CIP”, diz Cleonice Lourenço de Freitas, mãe de Daniel de Freitas, um dos 10 jovens que morreram queimados no Centro de Internação Provisória (CIP), em Goiás. “Eu tô tentando reconstruir a minha vida, que vocês não deixaram”, disse Flávia Concecio, uma das mulheres negras que se manifestaram nessa manhã.

Oficialmente convocado pela Deputada Federal Talíria Petrone e a estadual Monica Francisco, os parlamentares Marcelo Freixo, Áurea Carolina, Sâmia Bomfim, David Miranda, Glauber Braga e Fernanda Melchionna, todos do PSol, se comprometeram a apoiar a luta pela reparação desses familiares.

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