Salvador (BA). Foto: Felipe Iruatã / Mídia NINJA

Mais uma vez as ruas se transformaram neste 15 de maio de 2019. Em greve histórica, estudantes do Brasil inteiro substituíram as aulas por atos em defesa de seu direito ao estudo. Foi a maior mobilização de rua pós-eleição de Bolsonaro, somando mais de 200 cidades no mundo inteiro.

“Não mexa com os estudantes, porque essa vai ser a resposta”, disse Marianna Dias, presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) à Mídia NINJA.

Os atos foram convocados desde que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou o corte de 30% do orçamento de universidades públicas. O argumento construído pelo MEC é que a medida foi tomada pois a arrecadação de impostos está menor do que o previsto. Mas no discurso, quando indagado, o ministro desabafa e reclama das universidades que praticam “balbúrdia”, elucidando uma forte política ideológica de censura às instituições de ensino.

Desde então, várias universidade e institutos anunciaram a parada iminente de suas atividades por inanição financeira. A medida afeta inclusive instituições de educação básica que o governo prometeu priorizar. Nas ruas, o corte de verbas não era a única reclamação. Diversas escolas e universidades, sucateadas, já fizeram pedidos públicos para que o governo dedicasse políticas para o fortalecimento das instituições de ensino.

Neste dia de manifestação, o governo Bolsonaro reduziu milhões de estudantes que estiveram nas ruas como “idiotas úteis”. O ministro Weintraub, no Congresso Nacional, disse concordar com Bolsonaro e reforçou as medidas de congelamento do orçamento das instituições de ensino. O bloqueio foi realizado sem discussão com a sociedade e com o próprio parlamento.

São Paulo. Foto: Lucas Pereira

A Mídia NINJA participou da cobertura de diversos atos em todo o país por meio de sua rede de estudantes. Uma chamada foi divulgada nas redes sociais para que estudantes se somassem à NINJA em uma rede específica para a comunidade acadêmica, tendo a cobertura do 15 de maio como primeira experiência de ação conjunta.

As manifestações não se reduziram à agenda do dia 15 de maio. Diversas atividades como atos e aulas públicas fizeram parte da agenda de estudantes, professores e servidores das instituições de ensino durante toda a semana. Outra greve nacional já foi convocada para o próximo dia 30 de maio.

Marianna Cartaxo. Foto: Mídia NINJA