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BRASÍLIA — Na noite do dia 31 de março, aniversário do golpe de 64, em missa realizada na Paróquia Militar de São Miguel Arcanjo e Santo Expedito em Brasília o bispo dom José Francisco Falcão, da Arquidiocese Militar pouco contribuiu para a paz e esteve bem longe do Envangelho de Jesus Cristo.

Um líder religioso não pode e não deve incitar fiéis ao ódio e à violência. Jamais.

Em sua homilia o bispo José Francisco Falcão comentou que ao se tratar de disciplina e hierarquia, até mesmo as liberdades têm suas restrições. E citou uma canção de Caetano Veloso, “É proibido proibir”.

Foram essas suas palavras: “E tem um imbecil que nos anos 70 cantou que é proibido proibir. Gostaria de dar veneno de rato para ele”. E citou demonstrando ignorância sobre a história da música brasileira, já que a canção é e 68.

A missa tinha um tom comemorativo ao Golpe Militar de 64 e contou com a presença de Joseita Brilhante Ustra, viúva do coronel Brilhante Ustra, coronel do Exército Brasileiro, ex-chefe do DOI-CODI do II Exército (de 1970 a 1974), um dos órgãos atuantes na repressão política, durante o período da ditadura militar no Brasil(1964-1985).

O presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores em seu projeto de desumanidades usam a imagem do coronel Brilhante Ustra para afrontar seus opositores.

Fazemos um apelo ao Papa Francisco para que tome providências exemplares em relação ao bispo dom José Francisco Falcão, de Brasília.

Em vídeo viralizado nessa semana, Caetano Veloso contou sobre os momentos sombrios que viveu durante a ditadura militar no Brasil. Assista:

Na manhã de hoje, ao saber das ameaças, Paula Lavigne, esposa de Caetano e produtora cultural, se manifestou em seu twitter em repúdio às ameaças.

https://twitter.com/PaulaLavigne/status/1112903646654521344

Não há o que comemorar, somente lembrar para que não se repita.