Na quinta (4), 15 profissionais foram dispensados. Na sexta (5), apresentadora foi rebaixada de função.

Funcionários demitidos são homenageados durante assembleia da categoria. | Foto: Jonathan Lins

ALAGOAS — Quinze jornalistas da TV Gazeta, afiliada da Rede Globo em Alagoas, foram demitidos na quinta-feira (4), menos de 24 horas depois do encerramento da greve da categoria, que durou 9 dias. As demissões, segundo os trabalhadores ouvidos pela reportagem, foram uma retaliação pela adesão dos funcionários paredistas.

A dispensa dos funcionários ocorreu também antes da publicação do acórdão com a decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-AL), que garantiu a estabilidade salarial dos funcionários por 90 dias e o reajuste da categoria, com um aumento de 3% no piso salarial. As empresas pediam redução de 40% e o fim de beneficios.

Foram demitidos chefias, produtores, editores, repórteres e cinegrafistas da TV Gazeta, do portal G1 Alagoas e da TV Mar, canal a cabo também pertencente à Organizações Arnon de Mello (OAM), de propriedade do ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello.

Além das demissões, quem permaneceu na emissora foi rebaixado de função e teve corte de adicionais salariais ligados à atividade.

Nesta sexta (5), a apresentadora do AL TV 1ª Edição e repórter de Rede, Thaíse Cavalcante — que não aderiu formalmente à greve, mas estava de licença durante a paralisação — foi afastada da bancada. Funcionários que continuam na emissora dizem que ela vai assumir uma posição de editora. Não se sabe se ela continua ou não no vídeo.

Além dela, a TV Gazeta de Alagoas também contratou outros ex-estagiários, que agora passam a ocupar o lugar dos funcionários demitidos.

Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal) considerou as demissões uma forma de perseguição e assédio moral, diante de uma greve justa e legalmente reconhecida pela Justiça do Trabalho.

O Sindjornal diz ainda que está tomando todas as providências jurídicas possíveis.

A Rede Globo não se manifestou sobre as demissões ou sobre o movimento grevista.

 

Foto: Jonathan Lins