Viva nas lutas e nas ruas, o símbolo Marielle se tornou tão grande que os fascistas do governo e os acobertadores dos assassinos ficaram com medo. Apresentam então os suspeitos de sua execução, mas não ainda o principal: seus mandantes.

Foto: Mídia NINJA

Por Benedita da Silva, deputada federal pelo PT.

A notícia nacional de maior repercussão é a prisão dos suspeitos da execução da vereadora Marielle Franco. Isso aconteceu faltando apenas dois dias para completar um ano sem resultados concretos e depois das denúncias da associação do filho de Bolsonaro com a milícia suspeita do assassinato de Marielle.

Mas o que todo o campo democrático nacional e internacional exige é a apuração completa de quem matou e principalmente de quem mandou matar.

Um matador de aluguel não mata por vontade própria, mas a mando de alguém e saber quem foi esse alguém é fundamental para a solução desse caso que é eminentemente político.

No dia seguinte à execução brutal de Marielle e de seu motorista Anderson, as ruas do Brasil se encheram de protesto e revolta. No Rio de Janeiro, uma enorme multidão se manifestou na Cinelândia e em frente à ALERJ, exigindo a punição dos culpados e denunciando o assassinato como crime de racismo, misoginia, homofobia e discriminação social, pois para a extrema-direita Marielle preenchia todos esses requisitos, de mulher, negra, homossexual, favelada e de esquerda.

Na Câmara dos Vereadores, a sua corajosa atuação não dava trégua aos racistas, aos milicianos e à violência policial, e a todos aqueles que esmagam os direitos das mulheres e do povo das favelas e periferias.

Logo, ela se tornou um símbolo nacional e internacional da luta das mulheres, uma bandeira de luta empunhada nas ruas para combater nas ruas o racismo e a misoginia que se tornaram políticas oficiais com Bolsonaro presidente.

Contra a violência contra a mulher e o feminicídio, a bandeira Marielle nos dá força. Contra o “direito de matar” transformado em lei por Bolsonaro, e que é dirigido para “legalizar” o extermínio dos jovens negros das favelas e periferias, a bandeira Marielle inspira-nos resistência. Para contar na Avenida a verdadeira história do povo brasileiro, lá estava a bandeira Marielle empunhada pela Escola de Samba da Estação Primeira de Mangueira e emocionando o mundo.

Foto 1: Carl de Souza / AFP | Foto 2: Mídia NINJA | Foto 3: Joana Diniz / Mídia NINJA

Viva nas lutas e nas ruas, o símbolo Marielle se tornou tão grande que os fascistas do governo e os acobertadores dos assassinos ficaram com medo. Apresentam então os suspeitos de sua execução, mas não ainda o principal: seus mandantes.

Mas isso, as mulheres de luta e todos os que defendem a democracia e os direitos sociais, não vão aceitar. O símbolo Marielle, o seu espírito incorporado na luta exige justiça e a terá.

Todos e todas nós que respiramos liberdade e direitos humanos não descansaremos enquanto não conquistar justiça para Marielle.

Do mesmo modo que nunca pararemos de lutar pela liberdade do presidente Lula, preso injustamente, por motivos políticos, precisamente para não concorrer contra Bolsonaro, pois ganharia as eleições e isso o sistema que deu o golpe contra Dilma não podia permitir.

As centenas de milhares de Marielles que ocupam as ruas sabem muito bem que Lula foi o presidente mais feminista de nossa história. No seu governo as mulheres foram prioridade nas políticas sociais e educacionais. Portanto, no momento atual as lutas por Justiça para Marielle e por Lula Livre se entrelaçam numa mesma luta geral por liberdade e pela retomada do Estado democrático de direito.

Conheça outros colunistas e suas opiniões!

Colunista NINJA

Memória, verdade e justiça

FODA

Qual a relação entre a expressão de gênero e a violência no Carnaval?

Márcio Santilli

Guerras e polarização política bloqueiam avanços na conferência do clima

Colunista NINJA

Vitória de Milei: é preciso compor uma nova canção

Márcio Santilli

Ponto de não retorno

Andréia de Jesus

PEC das drogas aprofunda racismo e violência contra juventude negra

Márcio Santilli

Através do Equador

XEPA

Cozinhar ou não cozinhar: eis a questão?!

Mônica Francisco

O Caso Marielle Franco caminha para revelar à sociedade a face do Estado Miliciano

Colunista NINJA

A ‘água boa’ da qual Mato Grosso e Brasil dependem

jogomes

Mineradora estrangeira força a barra com o povo indígena Mura

Jade Beatriz

Combater o Cyberbullyng: esforços coletivos

Casa NINJA Amazônia

O Fogo e a Raiz: Mulheres indígenas na linha de frente do resgate das culturas ancestrais

Rede Justiça Criminal

O impacto da nova Lei das saidinhas na vida das mulheres, famílias e comunidades

Movimento Sem Terra

Jornada de Lutas em Defesa da Reforma Agrária do MST levanta coro: “Ocupar, para o Brasil Alimentar!”