Monique Prada, trabalhadora sexual, feminista, ativista pelos direitos das prostitutas. Co-editora do projeto MundoInvisivel.ORG, uma das fundadoras da CUTS - Central Única de Trabalhadoras e Trabalhadores Sexuais, hoje faz parte do Grupo Assessor da Sociedade Civil de ONU Mulheres no Brasil.
Recentemente, caí num texto cujo título dizia que se você apoia o trabalho sexual, você não é apenas antifeminista: você é anti direitos humanos. Eu me pergunto a que humanos se referem os direitos citados no texto. Certamente não a todos os humanos.
Sob o guarda-chuva muito amplo de defesa dos direitos das mulheres, se lhes tira o direito à escolha e ao livre arbítrio, em nome muitas vezes de um ideal de fragilidade que deveríamos estar combatendo, não reforçando.
Uma das principais estratégias usadas para deslegitimar as falas das pessoas envolvidas em trabalho sexual e luta por direitos tem sido justamente a de classificar essas pessoas como prostitutas de luxo.
A mensagem é clara, não querem que nos organizemos, não querem que nossas vozes ecoem, que nos tornemos protagonistas das lutas e decisões que nos afetam.
a utopia sobre banir a prostituição do planeta apenas empurrará mais e mais mulheres para a clandestinidade e condições cada vez mais precárias de vida e trabalho.