Imagem divulgação do livro de Preta-Rara, Editora Letramento

É CHEGADA A HORA DO NOSSO LEVANTE!

Levante de 6 milhões de TRABALHADORAS DOMÉSTICAS no Brasil e desse número 78,8 são de mulheres pretas que além de limpar servem a branquitude elitista de cabeça baixa, voz engasgada não reclamando pois o fantasma de perder o emprego assombra todos os dias.

Eu esperei tanto por esse momento desde quando eu criei a página #EuEmpregadaDoméstica

E agora, o que ERA ABSTRATO SE CONCRETIZOU, o MEU LIVRO, O NOSSO LIVRO, TÁ PRONTO.

Foram dois anos de idas e vindas sempre certa que um dia sairia, nesse lance de ninguém solta a mão de ninguém, as mulheres pretas sempre estiveram me segurando para que eu não desistisse de gritar bem alto o quanto esse país bebe em quantidades gigantes o colonialismo nada cordial.

Somos impedidas de utilizar o mesmo banheiro dos patrões, temos horário pra entrar na casa deles mas, sem horário pra sair, o elevador de serviço é pra nossa chegada e saída. Somos testadas diariamente com aquela nota alta de dinheiro que surge do nada embaixo do sofá, antes de sair da casa da patroa revistam as nossas bolsas pra ver se não levamos nada da casa dela e se chegamos bem arrumada ao trabalho é porque queremos dar uma de patroa.

Tudo isso regada à cordialidade colonial de que somos tratadas como se fosse da família.

Esse livro contém doses diárias de existir pra resistir e gerar empatia.

É indicado para trabalhadora doméstica, patrões, estudantes, mulheres, homens, LGBTQI+. Sim, para todas as pessoas.

O processo é doloroso e causa incômodo sim, porque eu acredito que através do incômodo é que vem a mudança.

Esse livro ficará eternizado do lugar que não queremos voltar e do lugar que queremos sair. Traz também o questionamento de o que você fará com essa informação? Vai conversar sobre esse tema com quem você se relaciona aí pelo mundo?

A mudança se dá através do diálogo também, porque não servirá pra nada ler o livro e ao final pedir pra dona Joyce pegar um copo de água pra você.

Eu tive a honra de ter várias mulheres pretas presentes nesse processo, que estarão presente nesse livro. Benedita da Silva, nossa atual deputada federal, que foi trabalhadora doméstica e uma das responsáveis pela PEC das Domésticas, é ela quem escreve a orelha do livro. Tainá Aparecida Silva Santos, historiadora e mestrando pela Unicamp, é quem escreve o prefácio tão emocionante apresentando o livro e contando parte da trajetória de sua mãe e sua própria história, vivências da minha vó e da minha mãe mais os inúmeros relatos que eu recebi de forma anônima pela página.

Sendo assim, a partir do dia 29/07 (próxima segunda) estará aberta a pré-venda desse livro tão esperado, compre na pré-venda presenteie as pessoas com essa obra de extrema importância para a nossa história atual.

Compartilhe com geral essa história, porque sozinha eu não chego a lugar nenhum. Conto com a empatia de todxs para chegar a cada canto desse país, a cada quartinho apertada de empregada, pois a NOSSA VOZ ECOARÁ em cada canto desse país.

Conheça outros colunistas e suas opiniões!

Colunista NINJA

Memória, verdade e justiça

FODA

Qual a relação entre a expressão de gênero e a violência no Carnaval?

Márcio Santilli

Guerras e polarização política bloqueiam avanços na conferência do clima

Colunista NINJA

Vitória de Milei: é preciso compor uma nova canção

Márcio Santilli

Ponto de não retorno

Andréia de Jesus

PEC das drogas aprofunda racismo e violência contra juventude negra

Márcio Santilli

Através do Equador

XEPA

Cozinhar ou não cozinhar: eis a questão?!

Mônica Francisco

O Caso Marielle Franco caminha para revelar à sociedade a face do Estado Miliciano

Colunista NINJA

A ‘água boa’ da qual Mato Grosso e Brasil dependem

Márcio Santilli

Mineradora estrangeira força a barra com o povo indígena Mura

Jade Beatriz

Combater o Cyberbullyng: esforços coletivos

Casa NINJA Amazônia

O Fogo e a Raiz: Mulheres indígenas na linha de frente do resgate das culturas ancestrais

Rede Justiça Criminal

O impacto da nova Lei das saidinhas na vida das mulheres, famílias e comunidades

Movimento Sem Terra

Jornada de Lutas em Defesa da Reforma Agrária do MST levanta coro: “Ocupar, para o Brasil Alimentar!”